sexta-feira, 16 de abril de 2010

Trabalho gráfico


A seguir trazemos uma variação da marca do jogo CS: Cangaço Revolution desenvolvida por JJMarreiro e Fabrício Fava.



Imagem da marca finalizada e a fotografia da posição utilizada como referência para a criação do desenho.

*Para visualizar a imagem maior basta clicar na figura.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Exposição Cangaceiros


Finalmente algumas das fotografias realizadas durante a visita à exposição Cangaceiros que ocorreu no Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura em Fortaleza 2008.



Visão mais geral da exposição.



Algumas facas e facões que foram de cangaceiros.





Indumentárias e acessórios.



Folhetos de literatura de cordel com o tema do Cangaço pertecentes a Sociedade do Cangaço.



Inspirado com a exposição JJMarreiro realizou um desenho sobre o tema lá na hora.


*Fotografias: Fabrício Fava

segunda-feira, 12 de abril de 2010

HQs de Cangaceiros!


O JJ Marreiro, ilustrador e integrante de nossa equipe, publicou em dezembro de 2009 no site da Armagem um interessante texto que discorre sobre o tema do cangaço aplicado nos quadrinhos. Vale conferir!



A canga é uma peça de madeira que prende o boi à carroça ou à moenda facilitando o uso de sua força para trabalhos variados. Dito isto, fica fácil pensar nos cangaceiros como homens revoltados com a "canga" imposta por uma vida de dores e sofrimentos, ou em homens aptos a impor por meio da força bruta a "canga" sobre outros. A entrega dos homens ao banditismo no sertão brasileiro deu-se inicialmente em meados do século 18, num contexto social onde imperavam a falta de perspectiva, a miséria e a fome física aliada à de justiça. Esse cenário cheio de contradições e possibilidades inspirou (e inspira até hoje) inúmeros romances, filmes e histórias em quadrinhos.

É interessante ver o fascínio que o cangaço (como tema e gênero notadamente brasileiro) exerce sobre artistas de diferentes origens e culturas, desde o alemão Hermman aos italianos Sérgio Bonelli e Hugo Pratt. Seja pela crueldade, seja pelos ares de revanchismo que assumem, as ações dos bandoleiros do sertão nordestino adquirem tons e formas distintas em cada versão artística proposta. Gedeone Malagola, por exemplo, quadrinizou as aventuras de um cangaceiro inspirado pelo ator Milton Ribeiro, do filme "O Cangaceiro" de 1954 que teve roteiro de Raquel de Queiroz. O paraibano Emir Ribeiro, em 1979, criou Severino, um agricultor que entra para o cangaço no intuito vingar sua falecida esposa morta nas mãos de cruéis fazendeiros. O Lampião tradicional ganha uma versão ímpar nos desenhos vigorosos e estilizados de Flávio Colin na obra "Mulher-Diaba no rastro do Lampião", definitivamente um clássico das HQs brazucas. Jô Oliveira no álbum "A guerra do Reino Divino" não ignora a importância dos cangaceiros para se pensar a história e a narrativa nordestina e é a hisória verídica de Virgulino Ferreira que aparece em "Lampião, era o cavalo do tempo atrás da besta da vida" de Klévison Viana.


Nem todos os autores tratam o tema com o mesmo tom. Henfil transferia para seu cangaceiro, Zeferino, sob a égide do humor, pesadas críticas à sociedade brasileira e suas relações de poder. Ainda no humor, entretanto num tom mais ameno, o Xaxado de Cedraz também apresenta seus momentos de crítica e mostra-se um personagem versátil em HQs, tiras e material institucional. O Capitão Rapadura do cartunista Mino, este também de maneira humorada, mistura um visual inspirado pelos cangaceiros nordestinos com o gênero super-herói.


O mineiro Mozart Couto e o pernambucano Watson Portela foram responsáveis por uma releitura interesante do visual e cenários do gênero cangaço fazendo uso do tipo inserido em contextos de fantasia ou de ficção científica.

Em leituras recentes o gênero aparece em "Cangaceiros, homens de couro" que tem roteiro de Wilson Vieira, desenhos de Eugênio Colonnese e capa de Mozart Couto. A trama retoma a trajetória da vida de Virgulino.

O Cabeleira adaptado do romance homônimo de Franklin Távora ganha vida nos quadrinhos pelo trabalho da equipe formada por Leandro Assis, Hiroshi Maeda e Allan Alex, os dois primeiros, roteiristas e este desenhista. Fora a qualidade intrínseca do texto há que se observar o ótimo uso dos recursos da narrativa do quadrinho. E é na narrativa criativa e na inovadora união entre cordel e quadrinhos que o cangaceiro Bravo Jan acerta em cheio materializado pela arte de Anilton Freires e texto de Alex Magnus.


Se houvesse uma cadência constante na publicação de títulos nacionais o gênero cangaço muito provavelmente integraria uma boa porcentagem dessas publicações já que dentro do cenário geral do que historicamente tem sido publicado de quadrinhos no Brasil o cangaço ocupa um espaço nobre.

Os títulos e autores aqui citados são apenas um apanhado geral, uma iniciativa de listar por amostragem alguns cangaceiros criados para os quadrinhos, provavelmente muita coisa ficou de fora. Se você conhece outros autores e personagens que gostaria de acrescentar à lista citada deixe a dica nos comentários que ficaremos muito gratos e com isso podemos preparar um material complementar a este.




Fonte: http://www.armagem.com/armagem_heretica/2009/12/hqs-de-cangaceiros.html

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Referência Visual


Dentre os muitos mitos e estórias criadas com o tema do Cangaço, Ataíde Braz e Flávio Colin nos presenteiam com a hq Mulher Diaba no Rastro de Lampião. Vale a pena conferir o trabalho e apreciar os desenhos que nos servem como releitura do cangaço e referência para novas criações.




Ebook disponível AQUI.

domingo, 14 de junho de 2009

Cantigas do cangaço


Outro fato interessante e pouco mencionado sobre o Cangaço diz respeito a presença das cantigas, entoadas, muitas vezes, pelos cangaceiros em diversas situações. Estas incluíam até os momentos de preparação para ataques feitos pelo bando (ex. invasão da cidade de Mossoró). Nos vídeos abaixo as músicas Acorda Maria Bonita e Mulher Rendeira cantadas pelo cangaceiro Volta Seca (Antonio dos Santos).







O Lp Músicas do Cangaço, lançado pelo estúdio Eldorado em 1984, possui a peculiaridade de trazer além de músicas inspiradas no cangaço, alguns registros históricos entre suas faixas como: o depoimento de Cila (sobrevivente do massacre de Angico) e as canções de Volta Seca (algumas presentes acima nos vídeos).

Músicas:
1. Olha a pisada (Luiz Gonzaga, Zé Dantas)
2. Cavalos do Cão (Zé Ramalho)
3. Se eu soubesse (Volta Seca)
4. Sabino e Lampião (Volta Seca)
5. Mulher rendeira (Volta Seca)
6. Antonio das mortes (Sérgio Ricardo)
7. Acorda Maria Bonita (Volta Seca)
8. Mulher nova, bonita e carinhosa faz o homem gemer sem sentir dor (Otacílio Batista, Zé Ramalho).
9. Depoimento de Cila, viúva de cangaceiro - Sereno e testemunha do massacre de Angico.
10. Lampião (Sérgio Ricardo, Glauber Rocha)
11. Reza do Corisco (Sérgio Ricardo, Glauber Rocha)
12. Perseguição, o sertão vai virar mar (Sérgio Ricardo, Glauber Rocha)
13. Lampião falou (Venâncio Aparício Nascimento, Luiz Gonzaga)

sábado, 13 de junho de 2009

Um dos poucos registros do bando de Lampião

Abaixo algumas imagens dos cangaceiros feitas em 1936 por Benjamin Abrahão. Vale a pena espiar.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

"Despistamentos" aliados à criatividade no Cangaço



Como uma das propostas do jogo CS: Cangaço Revolution intenta representar um pouco o tema das perseguições e disputas entre os cangaceiros (bando de Lampião) e os policiais volantes, fica interessante observarmos algumas curiosidades a respeito do enfrentamento entre esses dois lados.

Um fato curioso das guerrilhas no cenário das secas nordestinas eram as formas e estratégias de “despistamentos”. Isto é, maneiras criativas que os cangaceiros inventavam para confundir as pistas (que seriam aqueles signos que indicam algo, que chamam à atenção, conhecido como índice para a semiótica peirceana) de sua trilha e assim atrapalhar as perseguições por seu bando pela volante. Vejamos algumas delas, mencionadas no livro Ecologia do Cangaço de Melquíades Paiva:

O bando costumava usar alpercatas (de couro, eram enfeitadas com desenhos costurados, ver figura à dir.) forradas com estopa para evitar rastros;

Invertiam os saltos das alpercatas para confundir a direção tomada;

Sempre pisavam no mesmo local que os demais do bando para parecer o caminhar de um único homem;

Utilizavam galhos folhudos presos aos rabos dos animais para apagar os rastros, como também, varriam o chão com esses galhos após a passagem de todos – tarefa geralmente do último da trilha;

Costumavam andar por sobre pedras, bem como em lajedos (de laje - pedra chata que geralmente cobre pavimentos), cercas de pedras;

Percorriam alguns trechos de riachos;

Às vezes se retiravam de costas até à estrada ou vereda por até mais de um quilômetro.